Graziela Andrade
Mariana Rocha e Fernanda Polse
levaram uma gangorra, semelhante aos brinquedos infantis, ao salão nobre do
MAP. De um lado um corpo e, como contrapeso, uma caixa ia sendo preenchida por
um pó cinza. Embora, a primeira vista, a operação pareça certeira, a balança
entre o corpo e a cinza dificilmente se acordaria. A tarefa de pesar um lado
para elevar o outro foi se tornando difícil, demandando cada vez mais esforço.
O movimento do corpo derrubava o pó, o preenchimento do pó movia o corpo – e
assim o trabalho ia sendo feito e desfeito, até que a soma fosse maior que a
perda.
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Fernanda Polse e Mariana Rocha, em O corpo do pó. (Foto: Luiza Palhares) |
Quantos elementos poderíamos
imaginar nesses lados da balança em O
corpo do pó? Apesar dos estados de vida e morte do corpo serem a questão da
obra por excelência, podemos refletir sobre inúmeras derivações como: bem e
mal, homem e mulher, amor e ódio. Polos em relação e tensão, atrás de um
equilíbrio ilusório. O pensamento ocidental, por vias do cartesianismo,
aprendeu a dividir o mundo em dicotomias e a perseguir um meio termo ideal
entre eles. Mas o ideal - como o equilíbrio - demanda esforço contínuo, em
prazo prolongado e efeito momentâneo. É preciso embolar o pensamento, atrair os
elementos, enfrentar a densidade da mistura para crer na potência criativa do
desequilíbrio – isso que há entre a vida e a morte.
Mais tarde, outra dupla trocou a
tensão pelo compartilhamento em Desenho,
obra interpretada por Margô Assis e Eugênio Paccelli. Com gestos muito precisos
e coreografados, o casal foi criando formas com recursos simples como: papel,
fita crepe, barbante, estilete e tesouras. O corpo, como elemento central, era
aquele que fazia surgir imagens lúdicas e poéticas, seja de seu contorno, de
suas extensões ou por sua pura habilidade.
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Margô Assis e Eugênio Paccelli, em Desenho. (Foto: Luiza Palhares) |
O espaço, preenchido pelo desenho
em movimento, apontava os rastros da passagem daqueles corpos através dos
elementos que eram deixados no caminho. Assim, desenho, corpo e espaço
conjugaram-se em um mesmo e harmônico entrelaçamento. A performance trouxe para o mezanino do MAP um tom genuíno, prazeroso
e deixou no espectador o desejo de não parar a brincadeira.
Hi Mariana (and Fernanda) it's Vanessa from the PBR MOOC. What a beautiful piece this is. Congratulations. I really love the work you guys are doing.
ResponderExcluirWith only 3 weeks left in our MOOC, my "Blueberry Blintz" teammates and I wanted a way to keep our conversation going and to include more classmates in it. So we've created a new website/blog:
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-- Vanessa
Hi Vanessa,
ExcluirThank you!
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evaalslov@gmail.com
fernandabrancopolse@ymail.com
Thank you again,
Best,
Mariana